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As 5 tendências que o advogado do futuro precisa conhecer ainda hoje

AS 5 TENDÊNCIAS QUE O ADVOGADO DO FUTURO PRECISA CONHECER AINDA HOJE



Com cerca de 1 advogado para cada 200 habitantes e mais de 100 milhões de processos correntes no Brasil, é possível imaginar o volume de trabalho dentro dos departamentos jurídicos e escritórios. E isso é apenas parte do desafio (confira o infográfico sobre os desafios do profissional do Direito no Brasil). O número de horas dedicadas à leitura de processos, estudo de jurisprudência, conversas com equipe e/ou sócios para desenhar estratégias, mostram que é realmente um trabalho monumental.
advogado do futuro, no entanto, precisa criar um novo modelo de trabalho, considerando as novas tecnologias e desenvolvendo competências comportamentais. Só assim ele poderá construir um caminho mais fluido nos próximos anos, se basear em inovação.
Para ajudar nessa jornada, separamos cinco tendências fundamentais para o advogado do futuro. Confira:
Tendência 1: Brasil em ebulição, advogados do futuro em alerta para novas oportunidades
Lava-jato, crise, eleições e corrupção são alguns dos ingredientes de um caldeirão que derruba o índice de confiança e faz a insegurança jurídica no País ser muito alta.
Com as multas vultosas, a crise financeira e de imagem que os desdobramentos da lava-jato trouxeram para as empresas envolvidas nos escândalos, o mercado de compliance no Brasil vem crescendo intensamente.
Um movimento muito parecido deve ser gerado a partir da LGDP (Lei Geral de Proteção de Dados), sancionada no último dia 14. A exemplo de sua inspiração europeia, a GDPR, a Lei traz novas demandas profissionais e novas necessidades de compliance para segurança de dados e proteção da privacidade.
Está aí uma frente de trabalho que pode ser bastante aproveitada pelos advogados do futuro na condução da gestão jurídica da empresa ou da banca.
Pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil
  • 64% das empresas possuem um processo de avaliação de riscos de compliance;
  • 54% não têm um processo eficiente de Due Diligence para terceiros;
  • 33% envolvem o compliance em decisões estratégicas;
  • 69% afirmam que abordam as infrações de compliance.

Tendência 2: altas doses de tecnologia na rotina jurídica
Inteligência artificial, ODR (Online Dispute Resolution), BlockchainLegal AnalyticsMachine Learning e Internet das Coisas são algumas das novidades em tecnologia que estão sendo incorporadas à gestão jurídica com o objetivo de melhorar a eficiência e, consequentemente, a entrega dos serviços.
Isso significa solucionar a velha dor de “fazer mais com menos”, ou seja: atividades operacionais como a gestão do contencioso de massa ou de processos trabalhistas, por exemplo, poderão ser delegadas aos robôs. Eles terão a capacidade de identificar processos semelhantes para protocolar e fazer uma petição de forma automática, sem o envolvimento de um advogado.
Quanto à rotina do escritório ou do departamento, soluções de automação ganham força na gestão jurídica. Esse tipo de tecnologia ajuda a gerar conhecimentos valiosos, permitindo acesso às publicações, jurisprudências e possibilitando a análise de dados internos, para melhor desempenho da área.
Automação do departamento jurídico permite, dentre outras coisas:
  • Otimização das tarefas cotidianas;
  • Diminuição no tempo de resposta;
  • Maior controle sobre os custos processuais;
  • Implantação do modelo de tomada de decisão orientada por dados.

Tendência 3: Questões de privacidade em um mundo hiperconectado
Imagine uma multa que pode chegar a até 4% do faturamento global da empresa. Pois é. Essa é a penalidade para as empresas que não cumprirem a GDPR (General Data Protection Regulation), nova legislação em vigor na União Europeia que afeta quem atue no território ou mantenha relações comerciais com ele.
Com base nessa legislação, foi sancionado no Brasil o Projeto de Lei da Câmara nº 53, de 2018 (nº 4.060, de 2012, na Casa de origem). A multa para empresas que não respeitarem as regras pode chegar a 2% do lucro da instituição infratora.
Além das multas, vem também a questão da confiança depositada na empresa pelos clientes e investidores, ponto que pode ser crucial para a sobrevivência do negócio. Vide o caso do Facebook, que viu suas ações despencarem no primeiro trimestre após o escândalo que envolveu o uso indevido de dados.
Assim, a privacidade de dados em um mundo hiperconectado é um dos assuntos mais relevantes para o advogado do futuro.
Regras à Brasileira - o que diz a nossa lei
  • As empresas só podem coletar dados considerados necessários para a realização da tarefa que oferecem;
  • Informações como orientação sexual, saúde e religião não poderão ser usadas com o objetivo de abuso ou discriminação;
  • A lei garante a anonimização de dados, sempre que possível, quando coletados por organizações de pesquisa;
  • Quem cede seus dados a algum serviço, terá direito a acesso facilitado a informações quanto ao tratamento deles.

Tendência 4: desenvolvimento de novas competências
Com tantos desafios no cenário, a gestão jurídica apresenta oportunidades crescentes e para abraçá-las, algumas competências estão em alta, principalmente na questão comportamental.
De acordo com a Robert Half, empresa de recrutamento especializado, a busca das empresas é por profissionais com senso de dono e perfil empreendedor.
Além disso, o trabalho do advogado do futuro será muito mais colaborativo. Um artigo publicado na Forbes avalia que os fundamentos da advocacia não devem sofrer grandes alterações, mas o que muda drasticamente daqui por diante, é como os serviços jurídicos serão prestados.
Dessa forma, os profissionais do Direito estarão cada vez mais conectados aos gerentes de projetos e especialistas de tecnologia, por exemplo, para co-criar soluções que alcancem as expectativas dos clientes e criem valor para o negócio.
Principais competências do advogado do futuro
  • Senso de dono;
  • Perfil empreendedor;
  • Visão de negócio;
  • Dinamismo;
  • Antecipação às necessidades do cliente;
  • Perfil colaborativo para criar novas soluções/produtos.

Tendência 5: humanização do Direito pelo Legal Design
Inspirado nos conceitos de Design Thinking e User Experience, a prática de Legal Designbusca a melhor solução para o cliente que está na ponta.
Hoje o consumidor já se acostumou a usar aplicativos em seu celular para resolver diversas questões do dia a dia, como ir ao banco, por exemplo. Não é razoável, então, que ele possa interagir com seu advogado ou acompanhar seu processo pelo mesmo dispositivo, de forma interativa e personalizável?
Foi isso que pensou a professora Margaret Hagan, do Legal Design Lab (da Stanford Law School). O olhar humanizado no Direito é um passo de fundamental importância nos novos tempos em que a proximidade e engajamento entre cliente e advogado é uma crescente e o trabalho conjunto gera melhores resultados.
Conheça as premissas do Legal Design
  1. Design para criar coisas que as pessoas possam e queiram usar;
  2. Tecnologia para aumentar a efetividade das ações das pessoas;
  3. Leis para promover uma sociedade justa e empoderar as pessoas.
(Fonte:  Thomson Reuters)
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