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Por que você deveria ter (pelo menos) duas carreiras

POR QUE VOCÊ DEVERIA TER (PELO MENOS) DUAS CARREIRAS


Não é incomum encontrar um advogado que quer trabalhar com energia renovável, ou um desenvolvedor de aplicativos que quer escrever um romance, um editor que quer ser designer. Muitas pessoas sonham em mudar drasticamente de carreira, mas poucas fazem isso. O custo da mudança parece muito alto, e a possibilidade de sucesso, remota.
Para o escritor Kabir Sehgal, contudo, a resposta não é se desconectar completamente de sua profissão atual. Segundo ele, é importante seguir seu sonho, sem deixar de lado o trabalho. “Duas carreiras é melhor do que apenas uma”, escreveu Sehgal em artigo publicado na Harvard Business Review. “Ao se comprometer com duas carreiras, você trará benefícios para ambas”.
Sehgal tem quatro vocações: é estrategista de uma empresa da Fortune 500, oficial de reserva da Marinha dos Estados Unidos, autor de vários livros e produtor de música. Segundo ele, as perguntas mais frequentes que lhe fazem são: “Quanto tempo você dorme?” e “Como você encontra tempo para fazer tudo isso?” (as respostas, respectivamente, são: “Muito” e “Eu acho tempo”).
No entanto, diz ele, essas perguntas não consideram sua motivação. A pergunta certa seria “Por que você tem múltiplas carreiras?”. A resposta é simples: “Ter tantos trabalhos me deixa mais feliz e eu me sinto mais realizado. E também me ajuda a ter um melhor desempenho em cada emprego”. Veja como ele consegue isso:
1. Subsídio ao desenvolvimento de habilidades
“O salário de meu emprego corporativo subsidia minha carreira como produtor”, diz Kabir Sehgal. Afinal, se não tivesse um álbum gravado, ninguém contrataria Sehgal como produtor de música. E sua carreira como produtor nunca foi motivada pelo dinheiro – foi sua paixão por jazz e música clássica. Por isso, ele trabalhou com voluntário para conseguir experiência na indústria musical.
“Meu emprego não só me deu dinheiro para fazer meus álbuns, mas me ensinou as habilidades necessárias para ter sucesso como produtor”, afirma. Um bom produtor, segundo ele, deve ser alguém que sabe criar uma visão, contratar pessoas, estabelecer prazos, levantar recursos e entregar o produto.
Por outro lado, ele diz que costuma convidar seus clientes corporativos para assistir a sessões de gravação. Para quem trabalha em um escritório o dia inteiro, é animador ver os bastidores de uma gravação e interagir com os músicos e outros profissionais criativos. “Proporcionar aos meus clientes uma experiência fenomenal me ajuda a impulsionar as vendas, então minha carreira corporativa e como produtor se beneficiam mutuamente”.
2. Fazer amigos em diferentes círculos
“Quando eu trabalhava em Wall Street, meu círculo profissional era limitado aos colegas do setor de serviços financeiros: bancários, traders, analistas e economistas. Juntos, nós tínhamos uma visão consensual sobre os mercados”, diz ele. No entanto, a demanda dos clientes era por uma visão diferenciada. “Tomei isso como uma ordem e comecei a procurar pessoas que poderiam proporcionar aos meus clientes uma perspectiva diferenciada”.
Um dos clientes de Sehgal queria entender sobre o que dois chineses estavam conversando. Como Sehgal é autor, ele conhece também outros autores e por acaso conhecia um jornalista que trabalha em uma publicação que monitora rumores na China. “Sem estar restrito ao departamento do banco, ele conseguiu dar ao cliente uma nova perspectiva”, diz Sehgal. O cliente ouviu uma nova ideia, Sehgal fechou um negócio e seu amigo conseguiu um assinante. “Por estar presente em círculos diferentes, você pode apresentar pessoas que provavelmente nunca se conheceriam”.
3. Descobrir inovações
Quando se trabalha em áreas diferentes, defende Sehgal, você consegue ver como as ideias interagem entre si – e, mais importante, como deveriam interagir. Por causa do furacão Katrina, que atingiu parte dos Estados Unidos em agosto de 2005, muitos músicos deixaram Nova Orleans. Para angariar fundos e ajudar os músicos da cidade, qualquer um poderia ter criado uma organização sem fins lucrativos para pedir dinheiro às pessoas. “Em vez disso, ajudei a criar uma solução mais sustentável: uma corretora para músicos que foi descrita como o encontro de Wall Street com a Bourbon Street”, diz ele.
As pessoas que buscavam um músico para tocar em uma festa em Nova York poderia encontrar uma banda no site da organização. A organização, então, pedia que a pessoa que estava contratando o serviço desse uma “gorjeta” que seria enviada a uma organização de caridade localizada em Nova Orleans. O cliente encontrava facilmente uma banda para sua festa, os músicos ganhavam seu dinheiro e uma instituição beneficente em Nova Orleans recebia uma pequena doação. “Por causa da minha experiência trabalhando em banco, consegui criar um tipo de organização diferente”, diz Sehgal.
(Foto meramente ilustrativa - reprodução da internet)
(Fonte: Época Negócios)
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